Chapter One

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
– Haruno, quando puderes, prepara-me todos os processos desta semana
Foi assim que entrei no escritório. Casaco sobre um dos ombros, jornal numa das mãos e um copo de café na outra. Não perdi tempo a ver se ela me respondia ou se sequer me tinha ouvido e dirigi-me ao meu gabinete. Ainda era apenas o inicio da semana e já estava com a cabeça em água devido ao trabalho.
Deixei o jornal de lado e apoiei o rosto nas mãos.
Os meus dias eram cansativos e as noites produtivas de mais, por muito que me custasse a admitir. Fora demasiado mal habituado durante todos os anos em que o meu pai deterá a maior parte das acções da firma, trabalhando sempre em um ou dois casos em que ele necessitava de ajuda ou quando ele se deparava com um caso peculiar e mo dava para me desafiar.
Ao que parece, tinha correspondido às expectativas dele.
O império da advogacia dos Uchihas era agora meu.
Olhei para cima quando ouvi um monte de papéis de processos a serem pousados. A Haruno já tinha sido secretária do meu pai, e ele sempre falara bem dela em casa. Calma, simpática e profissional, era como ele a descrevia. De facto isso era mais que conformado. Se bem que ele esquecera-se de mencionar alguns “tributos”.
Raio do velho.
– Bom dia. – Acrescentei, como quem se esqueceu de dizer algo antes, já ela ia a sair do escritório. – Peço desculpa por não ter dito nada antes mas… - Olhei para a pilha de processos que ela me tinha posto em cima da mesa. Praticamente apaguei-me no logo. Pousei a testa sobre o primeiro, resmungando baixinho. – Deus…
– Passa-se alguma coisa, doutor? – Perguntou ela, naquela voz delico-doce dela. Tristeza, nem sabia o primeiro nome dela!?! A placa dela dizia Haruno S.. Seria Satsuki?
– Passa. O meu pai deixou-me uma empresa a abarrotar de processos. – Suspirei, fazendo-me de pobrezinho. – E eu a pensar que vinha para aqui ter boa vida e afinal tenho mesmo de trabalhar.
– Não há nada que não se conquiste com trabalho. – Disse ela, parecendo algo sábia no assunto, pois de seguida olhou para o chão.
– Bem sei, bem sei. – Resmunguei de novo para com os meus botões e bebi o resto do café. – O Aisawa marcou para que horas, mesmo?
– Marcou para as duas, mas deve chegar mais cedo, por volta das 13h50.
– E quando é o julgamento? – Peguei de novo no processo já me sentindo a entrar no que a minha mãe chamava de “modo profissional”.
– Quinta-feira, doutor.
Suspirei antes de mergulhar de novo no trabalho. Tinha o poder de me abstrair assim que começava a trabalhar, de modo a que ficava tão concentrado que já não ligava a nada nem a ninguém. Se a Haruno disse algo antes de sair do meu gabinete, eu não ouvi nem uma palavra.
Trabalhei de forma ininterrupta, forçando-me a mim mesmo a continuar mesmo quando queria parar. Até que, por falta de café e por alguma fome, resolvi fazer uma pausa para almoço antes da chegada do primeiro cliente deste dia. Desligando o computador e pegando no meu casaco, sai do gabinete. A Sakura (finalmente lembrara-me do nome, depois de dar a volta a todos os nomes de flores que conhecia), ainda estava na secretária dela, batendo obedientemente com os dedos nas teclas do computador, produzindo um som calmo e constante.
– Vais almoçar onde, Haruno? – Perguntei, aproximando-me dela por trás, apoiando as mãos nas costas da cadeira dela.
– Aa… - Ela ficara atrapalhada, julgando pelo salto que deu. Provavelmente não dera pela minha presença, dado que eu saíra do gabinete tão subtilmente. – Eu trouxe comida de casa, vou depois à sala de convívio.
– Não queres antes vir comer comigo? – Continuei sempre com os olhos fixos no computador dela, sempre como quem não quer a coisa.
Eu?
– Hm, hm. – Disse, enquanto me inclinava, fingindo limpar uma mancha do ecrã perfeitamente limpo, só para lhe falar ao ouvido. Ela tinha um perfume suave, que eu nunca tinha sentido antes. Perguntei-me a que saberia a pela dela, no sítio onde ela punha o perfume directamente… - Eu pago.
O que aconteceu foi muito rápido, mas ainda me consegui desviar a tempo. Ela ficara tão nervosa que recuara a cadeira dela para trás. Uns segundos a mais que eu me demorasse a desviar e eu estaria com bastantes dores em partes mais íntimas, coisa que não era muito bom de se sentir.
– Eu não preciso do seu dinheiro…
Ainda a suspirar de alívio por não ter sido “atropelado”, não consegui evitar que ela pegasse na mala dela e saísse do escritório.
Azar, Sasuke… Tentas para a próxima.

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