Chapter One

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |


"Estar ali era tudo o que eu não queria. À medida que vira o sol de Phoenix afastar-se de mim, apercebia-me de que tão cedo não voltaria àquela que antes era a minha doce e bela vida. A razão? Uma transferência de emprego idiota. Se eu era a causa dessa transferência? Não. Absolutamente. Nem nada que se parecesse. No entanto, era eu quem mais iria sofrer com ela. Apesar de qualquer um deles nem se aperceber disso."

– Bella?

Ignorei a voz da minha mãe enquanto o táxi se embrenhava no que parecia uma vila pacata mas sem mais do que meia dúzia de milhares de habitantes. Continuei a escrever. Ou melhor, nesta altura, limitava-me a fingir que escrevia. Eles tinham de admitir que o facto de eu ainda lhes dirigir a palavra era bastante bom, por si só.

– Bells? Estamos a chegar.

Ergui os olhos do caderno e olhei lá para fora, agora fixamente, antes de estes me voltarem a cair nas folhas em branco à minha frente.

"Forks. Era o nome do meu presente inferno. Segundo os meus pais haviamos morado cá há uns anos com o meu avô, mas eu pouco ou nada me recordava disso. Tinha vindo cá pela última vez quando devia ter à volta de 4 anos. Desde aí, não meti cá mais os pés. Não que me importe até porque... Não gosto disto. Para falar a verdade, odeio. Além de não conhecer ninguém da minha idade por aqui, o sol e o calor haviam desaparecido. Eu acabara de entrar na localidade mais chuvosa dos Estados Unidos da América. E se não era, de facto, a mais chuvosa... De certeza que devia estar bem perto disso."

– Que sorte. Lembraste-te de trazer chapéu de chuva numa das malas, Charlie?

Eu tinha a certeza que não. Cabeça de vento como o meu pai era, obviamente havia-se esquecido disso. Não que a cabeça de vento número dois da minha mãe fosse muito melhor mas...

– Ficamos à porta de casa. É só pegar nas malas e andar.

Não se pode dizer que o último comentário do meu pai fosse por ali a diante verdadeiro. A quantidade de solo que separava a estrada da porta da entrada da casa à frente da qual o táxi parou não era propriamente pouca. O que, considerando o mau tempo e tendo em conta as minhas poucas capacidades de me manter de pé, tornava a minha entrada digna naquela casa um troféu extremamente difícil de alcançar. Por sorte, a vizinhança era pouca por ali. Apenas uma casa se achava colocada em frente àquela na qual me iria instalar dali a alguns minutos. E que casa!
Nem mesmo em Phoenix aquele tipo de vivendas seria considerado normal. Tratava-se de um edifício clássico (sim, para mim era declaradamente um edifício), enorme e bem conservado, muito chamado "à frente" para um local como aquele. Quem ali morava devia ser perto de milionário ou então ganhava uma verdadeira fortuna no final do mês como ordenado.

– Vamos, Bells! Não podemos esperar que o tempo piore!

Apressei-me a sair do táxi enquanto via o meu pai já a carregar as malas e a minha mãe se tratava de pagar ao motorista. Com todo o empenho em manter-me na vertical conduzi-me a mim própria a passos lentos para casa. Ao primeiro degrau, tratei logo de fazer asneira. Menos umas calças como presente de boas vindas. O pior é que estas eram mesmo as minhas favoritas. Às vezes, a minha inteligência é a treva!

– Então, Bella? Estás toda suja! Vamos para dentro.

Segui a minha mãe porta adentro e sentei-me no sofá depois de lhe entregar as calças para lavar. Oxalá ela conseguisse fazer alguma coisa delas. Ou... Do que restava delas.
Depois, subi para o quarto. Tomei um banho quente e, após um leve jantar, aventurei-me finalmente a arrumar as minhas coisas. Não demorei muito tempo. Maior parte delas não custava muito a arrumar.
Deitei-me e voltei a pegar no caderno. As palavras surgiram como flechas. Poucas, mas que me perfuravam tanto o coração que chegava a doer.

"Tenho saudades tuas, Jake."

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