Chapter Three

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
Tive um colapso nervoso quando o vi em cima de mim naquele colchão do ginásio, depois de cairmos os dois. Estávamos frente-a-frente, bem pertinho. Quase à distância de uma mão, de um dedo, de uma unha.
Não sei dizer exactamente quanto tempo estivemos assim. Estava ocupada demais a amaldiçoar-me a mim mesma por estar a parecer uma idiota ao pé dele. Dei tanto o aspecto de idiota que ele nem se deu ao trabalho de prolongar aquele nosso momento.
– É isso mesmo. Isto é o que acontece devido ao facto de eu ser mais pesado do que tu. Espera, eu ajudo-te…
A mão dele voltou a segurar na minha, erguendo o meu corpo com força.
– E devido a isso, os adversários devem ter sempre o mesmo peso no Judo. Para não haver vantagens.
Acenei prontamente, sem saber bem o que dizer. Por via das dúvidas e para não parecer (ainda mais) uma complete imbecil, decidi-me a ficar calada. Sentia que ele me olhava esperando que eu me manifestasse, que reagisse de alguma maneira. Mas nada fiz, limitando-me a encarar fixamente o chão debaixo dos meus pés.
– Ei… Sakura…
Tremi toda quando a sua mão pousou no meu ombro, como que para me confortar.
– Não tens de ficar assim. Vocês começaram o módulo agora, é normal que não saibas bem o que fazer. Além disso… Para… Para as raparigas, ainda mais como tu, é… Mais difícil.
Olhei-o, novamente. O que raio queria ele insinuar? Que, por eu ser uma rapariga, não podia dar-me bem em artes marciais? Que por ser rapariga não saberia defender-me quando era preciso, não sabia lutar? Ele não me conhecia, mesmo.
– Posso saber o que queres dizer com isso?
Enfrentei-o, cruzando os braços numa atitude superior. Vi Ino conter o riso, especada ao lado de Naruto, enquanto este me encarava de boca meio-aberta.
– Nada, só… Pareces… Demasiado… Frágil, só isso.
FRÁGIL????? EU????!
– Sou mais forte do que parece, acredita em mim.
Sem pensar, levei a mão aos colarinhos dele, puxando o tecido da sua camisola de alças e fazendo força para o estatelar no solo do ginásio. Não foi preciso muito esforço da parte dele para eu perceber que a minha tentativa ia sair falhada. Poucos segundos depois, vi-me de novo no chão, mas desta vez caímos de tal forma mal que foi ele a ficar preso entre o colchão e o meu corpo.
Ouvi uma gargalhada de Ino e Naruto pareceu engolir em seco sem sair do seu lado. Por sua vez, Sasuke limitou-se a suspirar. Parecia entediado, farto de qualquer coisa que eu ainda não percebera muito bem o que era. Levantou-se e, sem perder tempo dessa vez a ajudar-me a pôr de pé, apenas se voltou para encarar a minha melhor amiga com uma expressão azeda.
– De que estás a rir-te? Queres tentar vir para aqui para vermos se fazes melhor do que ela?
Essa foi a minha vez de engolir em seco. Vi Ino mudar de expressão quase tão depressa como ele o fizera e cruzar os braços para se dirigir a ele com um nariz empinado ainda maior do que já era costume que ela tivesse.
– Eu não estava a rir-me disso.
– Então acho melhor que a deixes em paz.
– Ela é minha amiga! Foste tu que te vieste meter, meu querido.
– Há algum problema?
Todos nos voltámos. Sasuke dirigiu um olhar seco à sua fotocópia em ponto grande, ao ver que esta permanecia imóvel na nossa peugada. Ao meu lado, vi Naruto suspirar uma vez mais. Mas, desta vez, não foi o único.
– Nada, Itachi. Incompatibilidades. Só isso.
O Uchiha mais velho esboçou um meio sorriso, aproximando-se mais. Baixou a voz um pouco quando falou em seguida.
– Então acho que é melhor que resolvam essas incompatibilidades lá fora porque o Gai já olhou para vocês umas quantas vezes e não parece muito contente com a berraria.
Olhei para Gai-sensei que nos encarava, do seu canto, no lado oposto do ginásio. De facto, Itachi parecia ter razão, ele parecia possesso. Os meus colegas que estavam com ele ouviam os seus gritos desconcertados sem dizer uma única palavra. E eu também não os censurava. Maito Gai não tinha, no geral, um feitio fácil e isso era algo mais do que sabido entre todos.
Os seus sermões intermináveis costumavam começar à hora de entrar nas aulas e terminar quando se dava a de saída. Convém dizer que daquela vez não foi diferente.

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