Chapter Twelve

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
Despertar

Ainda sentia a cabeça com um peso descomunal. Queria abrir os olhos. Não conseguia. Tentava mexer-me. Isso muito menos. Não havia nada a fazer.
Mas onde raio estava eu? Sentia um cheiro nauseabundo a álcool que me invadia as narinas e só queria poder mexer-me mas havia algo que me prendia. Mas o quê?
Não me lembrava de nada desde que saíra da casa de Edward. Quanto mais tentava recordar o que se passou depois mais confusa ficava. Haviam algumas coisas que me vinham à cabeça. A minha falta de sorte quando sujei o vestido de Rosalie que Alice me emprestara, a discussão que surgira a seguir entre elas por minha culpa. A cara de Edward quando lhe disse que vinha embora. Aquela sua expressão desiludida era a lembrança mais marcante, aquela que teimava em não me sair da cabeça por mais que tentasse afastá-la do seu alcance.
Senti um formigueiro leve na minha mão direita. Quem quer que fosse, o seu toque era plenamente suave e calmo. Fazia-me ter ainda mais vontade de abrir os olhos. Queria desesperadamente saber quem era. Embora aquele perfume me fizesse pensar numa hipótese possível.
Seria Edward que estava ali ao meu lado, onde quer que eu estivesse naquele instante?

– Bella?

Tentei mexer-me de novo e, com um enorme esforço da minha parte, lá consegui começar a abrir os olhos. Vi as feições dele abrirem-se num leve sorriso de alívio, aos poucos, ao sentir-me despertar.

– Ed...ward...

– Schhh... Não te esforces - senti o movimento da cabeça dele para que os lábios conseguissem tocar nas costas da minha mão.

– O que... O que se passou?

– Foste atropelada - explicou-me, baixinho, antes de me beijar na testa ao de leve. Agora sim estava tudo explicado. As dores, a dificuldade em mexer-me, a cabeça pesada e o raio do cheiro a álcool.

– Hum...

– Já passa... Eu estou aqui...

Deixei que os meus olhos se fechassem novamente quando ele me abraçou. Há quanto tempo estaria eu ali? Tinha tantas perguntas para lhe fazer, mas estava tão cansada... A minha cabeça implorava-me para que eu a deixasse rebentar de uma vez e os músculos estavam tão doridos que por vezes nem chegava a saber se estavam mesmo lá ainda, ou me tinham sido arrancados com o acidente.
Sabia bem estar no calor dos braços dele. O seu perfume era como uma droga insuportavelmente agradável para mim. Só de senti-lo, ficava atordoada. Mas atordoada de uma forma boa, acho eu.
Ainda bem que ele estava ali. Afinal, ele não estava zangado comigo. Pelo menos, eu achava que não. Não parecia em nada que ele se sentisse dessa maneira. A não ser que estivesse a dar numa de achar que tinha alguma culpa naquilo tudo, o que eu esperava que não fosse verdade. Se alguém tivera alguma dose de culpa em alguma coisa durante aquele jantar, esse alguém fora definitivamente eu. Fui tudo o que não podia ter sido. Desastrada. Diferente. Como sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leu? Gostou? Comente e me ajude a ter ânimo para continuar!

Leu? Não gostou? Porquê? Explique o seu ponto de vista!

:D

Ahhhh e deixe o seu nome :) Não esqueça :)