Prologue

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
Três anos.
Durava há três anos a minha espera.
No fundo, sabia que ele nunca iria voltar mas algo em mim pedia para não deixar de acreditar no impossível. E eu continuava a contemplar o relógio, a cada minuto, hora a hora, dias a fio, na eterna espera de novamente poder voltar a ouvir a sua voz.
Os meus olhos fixavam o céu no horizonte. As nuvens desfaziam-se em fogo, apagando os vestígios de um Sol radioso que começara a pôr-se há pouquíssimo tempo. A brisa da noite tornava a surgir, tal como na anterior e naquela que viera antes dessa. E também na outra e na anterior.
Os dias passavam sem que eu pudesse dar conta. Até que fizeram precisamente três anos naquela noite. Mil e noventa e quatro dias certos. E o conforto no meu coração continuava nulo. Eu continuava vazia. Tão vazia como passara a sentir-me quando ele fora embora. Tão vazia como ficara quando ele me deixara naquele momento.
Ainda doía. Tanto como no instante em que as suas últimas palavras destinadas a mim haviam sido proferidas. Ainda sentia as mesmas feridas cortantes no peito espetarem o meu coração de uma ponta à outra sem qualquer dó e piedade. Aquela distância ainda me matava.


Olhava o mar com a mesma mágoa de todas as noites.
As coisas não haviam melhorado muito desde a última vez que ali estivera. Tanto tempo de treino sem resultados, tanto tempo de estudo e persistência em algo que nenhuma felicidade nem conforto lhe trazia ao espírito.
Suspirou. Já nada o prendia àquelas paragens. O ar gelado das estrelas cortava, trazia a saudade com ele. O mesmo ar gelado que costumava derrubar os fracos com aquele tipo de sensações descabidas. O mesmo que tentava derrubá-lo a ele, apesar da absoluta certeza da sua falta de fraquezas. Ah, mas não iria consegui-lo.
A ausência de tempo para pensar em inutilidades aumentava a sua resistência face a assaltos vindos deste tipo de invasões. Ajudava-o a manter a mente totalmente limpa, livre de qualquer potencial hipótese de vacilação. Era uma boa ajuda. Havia que agradecer bastante ao responsável por todo aquele treino.
Itachi… Ele devia estar quase a chamá-lo. Aproximava-se a hora de recolher e todo o cuidado era pouco na posição de ambos, actualmente.
Limitou-se a olhar em redor antes de cessar a utilização do Sharingan, finalmente. Virou costas e encaminhou-se para o esconderijo.

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